por Log 2014-05-02, 1:42 pm
Acho que o pior seria ser sequestrado em um momento de baixa guarda, durante o cativeiro ser duramente estuprado. Enquanto isso, seus agressores, por pura maldade, batem em você a ponto de amputarem seus braços e pernas. Nesse ponto, você já tem noção de que foi pego pra ser torturado, e não vão pedir um resgate ou algo do tipo. Apesar do grande torpor gerado pela extrema dor, você ainda possui alguma noção e consciência, mesmo que tempo e espaço pareçam não mais fazer sentido. A dor ainda é real. Não há nada o que fazer, a não ser esperara a misericórdia de um Deus do qual agora você duvida da existência, por ter permitido algo tão cruel acontecer a uma pessoa que nunca havia feito nada de errado para merecer isso. Um Deus que não é misericordioso o suficiente para te dar um golpe final e te livrar desse sofrimento que parece não chegar ao fim. Que não traz um castigo justo a esses que fazem mal a você. E você duvida que após isso tudo algo realmente vá acontecer a todos eles. Você só espera que isso acabe logo, não importa o que ocorra depois. Mas eles te mantêm vivo, porque você é uma espécie de brinquedo. Sua pele já está queimada, seu rosto totalmente irreconhecível, você não consegue mais falar, move apenas poucos músculos. Até que, quando acreditou que aquilo iria acontecer para sempre, por algum motivo incógnito, decidem que esse é o seu fim. Se divertem com você pela última vez, arrancando os seus olhos, tirando de você o seu último senso espacial. Até que você sente estar sendo levado a algum lugar. É elevado, solto. Água. Sufocante, aprisionante. Libertador. O pior momento da sua vida, o melhor momento dos últimos anos. E, afinal, você nunca imaginou que acabaria assim.
Porque tudo o que você queria era encontrar o seu amor. Aquela garota que você estava esperando encontrar quando te pegaram. Mas ela não veio. Nem os seus sonhos. Nem nada mais.