O laudo do Instituto de Criminalística de Minas Gerais divulgado, na tarde desta quarta-feira, confirmou que o sangue encontrado na Land Rover do goleiro Bruno é de Eliza Samudio, desaparecida há quase um mês. De acordo com o diretor do órgão, Sérgio Márcio Costa Ribeiro, foram recolhidos cinco vestígios diferentes de sangue humano e três dessas manchas pertenciam à estudante.
Uma outra mancha analisada, de acordo com o chefe do Departamento de Investigações, Edson Moreira, é sangue de homem e pertence a um dos agressores. Ele revelou que as investigações já permitem constatar as pessoas que estavam no interior do veículo, juntamente com Eliza. “O sangue será comparado com DNA dessas pessoas”, afirmou o policial.
Edson Moreira não revelou a identidade dos agressores, como o delegado os chamou. De acordo com Sérgio Ribeiro, os vestígios de sangue encontrados na Land Rover foram comparadas às amostras de DNA coletadas do pai de Eliza, Luiz Carlos Samudio, e também do filho, Bruninho, de cinco meses.
A chefe do Laboratório do Instituto de Criminalística, Fabíola Soares Pereira, que também participou da entrevista coletiva, na tarde desta quarta-feira, na sede do Departamento de Investigações, revelou que todas as três manchas de sangue feminino analisadas pertencem a Eliza Samudio.
O veículo de propriedade de Bruno é considerada peça-chave no quebra-cabeças em que se transformou a investigação do caso Eliza. O carro, que era conduzido por Cleiton Silva Gonçalves, foi apreendido no dia 8 de junho, em uma estrada que liga Nova Contagem a Esmeraldas, município onde fica o sítio do jogador do Flamengo e onde, segundo testemunhas, Eliza, o filho e o goleiro foram vistos juntos, entre os dias 5 e 9 do mês passado.
Sérgio Ribeiro explicou que uma das cinco manchas de sangue encontradas no veículo não teve como ser analisada. “Tem manchas por projeção, que significa que pode ter sido por agressão, pois o sangue teria esguichado. E mancha por contato, que pode ter sido por contato no local”, explicou.
Ele observa que a localização de Eliza Samudio no carro de Bruno é de difícil confirmação. “Foram encontradas manchas no banco traseiro, no assoalho, porta traseira direita e banco do passageiro”, afirmou Fabíola Soares Pereira.
O diretor do Instituto de Criminalística revelou que foi solicitado exame de DNA de todos que estavam no carro, inclusive o de Bruno, apesar de não tem a confirmação de que estava no carro, para comprovar com o DNA das manchas encontradas no carro.
“Agora a materialidade indireta existe, caso não achemos o corpo já dá para fazer corpo de delito indireto. Somos levados a concluir que Eliza está morta”, afirmou Edson Moreira. “Entre os agressores pode estar ele (Bruno), mas não posso falar se ele estava no carro. Vamos esperar um pouco para falar sobre isso”, acrescentou Edson Moreira.
O menor esteve no sítio entre os dias cinco e 10 de junho. Edson Moreira acredita que Eliza tenha sido morta por volta dos dias 7 e 9 de junho. “O aparelho fez a ligação no dia 9, não posso confirmar que tenha sido a Eliza”, salientou o chefe do Departamento de Investigações.
Ele lembrou que na Land Rover foram encontradas ainda um par de óculos e sandálias pretas, que testemunhas confirmaram ser de Eliza Samudio. “Tudo isso contribui para reforçar a tese de materialidade indireta do crime”, salientou.
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