por Convidado 2010-08-17, 7:54 am
Pra mim, em um cenário ideal, a liberdade do adolescente de 16 aos 18 teria que ser proporcional aos deveres com a nação. Se quer dirigir, tem que poder ser preso com adulto. Se quer se emancipar, tem que pagar impostos e ter deveres como adultos.
Só que o que acontece na prática é que as pessoas demoram cada vez mais a amadurecer. A uns 40, 50 anos atrás, não era raro a profissão de aprendiz, onde crianças de 12, 13, 14 anos trabalhavam e aprendiam uma profissão. Hoje isso soa quase como um absurdo na classe média brasileira, uma pessoa nessa idade trabalhar. A maioria está ficando em casa e sendo sustentado pelos pais até bem depois dos 20 anos. A adolescência em si é uma classificação relativamente nova. Toda essa imaturidade reflete na sociedade: dar um carro para um moleque de 16 que "mal saiu das fraudas" pode ser certeza de acidente, já que é sabido que a maioria dos acidentes de trânsito por imprudência ocorre entre jovens. Aceitar uma emancipação de um Deadfrog da vida é certeza de jogá-lo para a bandidagem, já que o cara nunca trabalhou nem sabe se virar sozinho (apesar de achar que sabe).
Eu brinco, mas também me considero parte dessa nova geração que amadurece muito lentamente, não que isso seja totalmente prejudicial, em muita coisa é uma situação positiva. Acho que o voto de adolescentes é mais uma introdução ao exercício da cidadania do que qualquer outra coisa, pois como você mesmo disse, a porcentagem de votantes é bem pequena e não há uma homogeneidade nos votos que possa decidir uma eleição. Mas o que me preocupa é dar direitos que talvez essa molecada não esteja preparada para aproveitar de uma forma correta. Em uma sociedade em que todo mundo que os "seus direitos" e ninguém cumpre seus deveres, como é a nossa sociedade brasileira, é assumir um grande risco.
Única coisa que não entendo é um cara de 16 e 17 não ser julgado como adulto em crimes hediondos ou de tráfico de drogas.