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Depois de observar durante 20 meses a 50 macacos em Kalimantan Tengah, uma província da Indonésia, Michael Gumert, da Universidade Tecnológica Nanyang em Cingapura, constatou que as fêmeas acasalavam em média 1,5 vezes por hora, mas que esta freqüência subia a 3,5 vezes por hora se acabavam de ser despiolhadas por um macho.
As leis do mercado também influíam no valor desta peculiar transação. Se havia várias fêmeas na área, o preço do ato sexual baixava drasticamente, isto é, um macho podia "comprar" uma fêmea por somente oito minutos de despiolhamento. Mas o preço passava dos 16 minutos se faltassem fêmeas.
A pesquisa sustenta a teoria de que as forças do mercado biológico podem explicar o comportamento social, indicou a revista britânica.
- "Há uma conhecida relação entre a economia e o acasalamento nas espécies humanas", disse Ronald Noe, da Universidade de Estrasburgo na França, autor junto com Peter Hammerstein, da Universidade Humboldt na Alemanha, da teoria do "mercado biológico". "Por isso há muitos exemplos de homens velhos ricos que obtêm os favores de jovens mulheres atraentes", apontou.
Os cinomolgos também são famosos por conseguir comida de todos os jeitos possíveis, ou seja pegando frutas de árvores da floresta ou mesmo roubando bananas das mãos de turistas desavisados. Mas o que ninguém podia imaginar é que eles também conseguem pescar.
Certos bandos foram vistos quatro vezes nos últimos oito anos pegando peixes pequenos com as mãos e comendo-os ao longo de rios de duas províncias da Indonésia, Kalimantan Tengah e Sumatra Setentrional. É a primeira vez que o comportamento é observado.
Erik Meijaard, co-autor de um estudo sobre os macacos pescadores mostrada na revista científica "International Journal of Primatology", diz que não está claro o que levou os cinomolgos a virarem pescadores, mas que o comportamento mostra um lado dos macacos que é bem conhecido entre os pesquisadores. Trata-se da capacidade de se adaptar a mudanças no ambiente e mudar suas fontes de alimento.
- "Eles são sobreviventes, conseguem se virar em condições difíceis. Esse comportamento provavelmente simboliza essa flexibilidade ecológica", afirma ele.
