Bob Joe escreveu:Esse é um assunto difícil porque mexe com brios e com o que cada um tem como idéia de vida.
Primeira coisa é que precisa ter cuidado para não só chamar de sábias as pessoas que tem a mesma opinião que você.
Sobre ricos e pobres, a questão é bem humana. Todos tem seu orgulho, todos tem sua individulidade e todos tem sua arrogância. Normal, humano, são características de defesa social, quem se diz não ter nenhuma delas é socialmente fraco. Quando uma pessoa está em posição social privilegiada ela tende a se fechar no mundo perfeito, em sua zona de conforto.
Só que essa tranca só se lacra de dentro para fora. Ninguém vive sozinho, estamos em uma sociedade e tudo que você faz, ora ou outra vai voltar e te afetar. Por isso temos que ter uma mentalidade mais "formigueiro" e pensar socialmente, pensar que mesmo que você não seja uma pessoa solidária, que se preocupa com os que não tem oportunidade, essas pessoas podem entrar em um caminho do crime, podem não ter uma educação social e de uma forma ou de outra, esses são problemas que vão te afetar.
Sobre parentescos, isso é uma coisa interessante e histórica. Relações consanguineas são (e sempre foram) uma das poucas regras naturais e incontestáveis de passagem de poder. A família é a menor unidade social e sempre teve muito mais importância do que outras convenções sociais. Isso nunca garantiu que a prole tivesse a mesma competência do pai, mas era um meio seguro de transmitir dinheiro e poder sem que valesse regras menos "sociais", como a violência. Na sociedade moderna (e em algumas antigas desenvolvidas), a passagem de poder é feita através de uma pseudo-democracia onde teoricamente se valoriza o mérito e competência, e a importância da relação genética é diminuída ou excluída. Mas alguns vestígios disso ficaram na sociedade, como a passagem de bens para parentes mais próximos e casos de nepotismo. É natural alguém sentir orgulho de sua hereditariedade, final de contas o único objetivo concreto da vida é deixar algo construído para seus sucessores, mas aqueles defeitos humanos leva um adolescente a achar que é alguma coisa porque os avós vieram fugidos da Primeira Guerra e construíram um império.
Sobre a discussão de Ensino Superior, eu sou da opinião que Ensino Superior tem que se valer do nome: Superior. O técnico no Brasil hoje é muito desvalorizado, chegando a ser comparado com peão. Mas um país que quer crescer PRECISA de técnicos, gente com foco no operacional, e precisa que quem esteja no Ensino Superior seja a nata da intelectualidade do país e produza conteúdo e tecnologia. Separar essa aristocracia intelectual da elite econômica é impossível, mas é possível diminuir a discrepância, dando oportunidades iguais a todos. Digamos que em um país ideal o Ensino de Base seria sólido e padronizado, a seleção para o Ensino Superior seria disputada e quem não tivesse potencial de entrar em uma faculdade teria o Ensino Técnico Gratuito e de qualidade.
Sou contra qualquer tipo de privatização do Ensino. Ensino é questão estratégica em um país, não pode ser colocado nas mãos de empresários que sempre vão sempre visar mais o lucro e menos o desenvolvimento social do país.
Bom, é isso, espero que eu tenha feito algum sentido.
Primeiramente, antes da exposição de qualquer ideia, avalio necessário ser a menção de que sou integrante novo neste fórum, e muito me agrada o fato de encontrar pessoas com ânsia de expor pensamentos e trocar argumentações. Apresento-me por este tópico dado ao fato de que após rápida busca, notei a ausência de um tópico apropriado para tal.
Reservo-me a faculdade de fazer apenas um "quote" visto que o acima aborda boa parte do tema exposto pelos demais "posters".
Inicio expondo uma visão técnica da expressão "status quo". Não pretendo abordar questões históricas como evolução do sentido por não conhecer com aprofundamento necessário o assunto. Esta expressão de origem latina "statu quo" trata, de acordo com entendimento no Brasil, do mantimento de um estado de normalidade e funcionamento regular dos órgãos jurisdicionais, executivos e legislativos. Vejo, por esta definição, que não há o que se falar, apenas por hora, da inflência dos mais afortunados sobre o "status quo". Veja bem, digo isto apenas por hora.
Nosso colega de fórum, no "quote" acima, aponta um fato interessante e relevante para o ponto, este sendo que todos possuem nossa individualidades. Infelizmente, reconhecendo a válidade de seu argumento, tenho que discordar. Penso que apenas uma pequena minoria de pessoas, afortunados ou não, possuem individualidade própria. A individualidade própria não é presente de nascimento, como imaginam muitos, trata-se sim de uma introspecção profunda e demorada que cada pessoa busca para entender o que lhes satisfaz como essência. Digo isto observando a sociedade como um todo e de forma una. Apenas à partir deste momento, observamos que 90% das pessoas não conseguem desenvolver esta individualidade por alguns motivos, estes sendo, primáriamente a distração midiática, secundáriamente a opinião pública, terciáriamente, e talvez a mais grave de todas, falta de interesse em si mesmo. Atribuo à esta terceira uma relação direta com a primeira. Vejo um grande interesse em impedir um crescimento de individualidade nos seres dado ao fato de que à partir do momento que algo se mistura com sua essência, este algo passa a ser parte da sua individualidade, e se existe uma única pessoa que nós não traímos, somos nós mesmos. Por exemplo, um cidadão acredita, após muita reflexão sobre certo tema, que uma abordagem policial é uma afronta do estado à sua pessoa e dignidade. Este cidadão, portanto, ao ser abordado por um policial, irá preferir ser preso ao informar o estado algo sobre sua vida. Trata-se, este exemplo, apenas de um caso infinitamente banal perto do que estou tentando expor, mas o importante é que a mensagem seja compreendida por todos. Voltando ao assunto, de que modo o estado controlaria pessoas individuais? Ele não controlaria. (Espero que estejam enxergando a relação com o "status quo". Explico melhor posteriormente).
Concordo plenamente quando, no texto acima, o autor diz que "
Quando uma pessoa está em posição social privilegiada ela tende a se fechar no mundo perfeito, em sua zona de conforto." Acontece que este tipo de comportamento é um mecanismo de autodefesa deste ser. Por todo lado que vivemos e andamos, somos cercados por probeza hedionda, feiura hedionda e ignorância hedionda. Trata deste assunto das hediondezas com brilhantismo Oscar Wilde "A Alma do Homem Sob o Socialismo" (Não percam o tempo comprando, a obra é de domínio público e está disponível na internet gratuitamente). As pessoas, sem absolutamente nenhuma exeção tem pavor de morte de acabar como as visões do dia à dia, admita este fato ou não. Também é, justamente por este motivo, que as pessoas fogem do título de burro. Quem recebe este título acredita estar praticamente condenado à uma vida de insucessos. Outro ponto a ser colocado em pauta é que este mesmo sistema hediondo é justamente o mesmo que mantém as pessoas trabalhando 5, 6 ou até mesmo 7 dias por semana por um salário ridículo. O medo é o alicérce do sistema captalista e não há nada que possamos fazer quanto a isso. A matemática é simples, trabalhar para comer, trabalhar para morar, viver para trabalhar. (Estão vendo a relação "status quo", individualismo e captalismo que estou tentando aperfeiçoar?).
Gostaria que o autor específicasse a seguinte frase "
Na sociedade moderna (e em algumas antigas desenvolvidas), a passagem de poder é feita através de uma pseudo-democracia onde teoricamente se valoriza o mérito e competência, e a importância da relação genética é diminuída ou excluída." Desconheço tal assunto e, para conhecimento pessoal e melhor entendimento de ideias explicasse a linha de raciocínio adotada. Penso ser importante para futuras exposição de ideias. O que quer dizer com pseudo-democracia? Em quais sociedades "modernas"? Nas antigas desenvolvida, a referência era Roma e o sistema republicano?
Penso ser tendencioso e contraditório afirmar o autor "quoted" que "
todos tem sua individulidade" e na sua conclusão afirmar que "
o único objetivo concreto da vida é deixar algo construído para seus sucessores". O atual conhecimento da sociedade, mundo, vida, espaço e universo é tão limitado que me parece ser precoce afirmar isto. Cada pessoa encontrará no seu próprio propósito/individualidade a sua razão para viver, até mesmo por que não escolhemos nosso nascimento tampouco escolhemos nossa morte, a única coisa que nos sobra é a vida em si.
Faço das palavras do autor "quoted" as minhas "
Ensino Superior tem que se valer do nome: Superior". Em se trantando de ensino superior, o brasileiro não me permite utilizar outro adjetivo, ridículo. Não vou expressar a solução para o problema para não incorrer em uma eventual expulsão do fórum, mas soluções enérgicas são necessárias. Penso que o maior problema, porém, está na base e, sem correção da base, não há como se falar em superior. Nós, que estamos no superior, temos que nos consciêntizar que é a isso que se resume e se esforçar ao máximo para sugar todas as informações necessárias para nossa formação. Em se tratando do ensino fundamental e médio, precisa-se mudar tudo, principalmente o professor. De que adianta asno ensinar? Este apenas formará outro asno e assim por diante. Veja bem, não estou generalizado, reconheço que existem profissionais absolutamente competentes, ocorre que, os piores superam os melhores em grande escala.
Concluíndo, tudo descrito acima faz parte de um problema só, este sendo, o estado. Não penso que o estado tem que acabar, até mesmo por que este se demonstra essêncial quando se trata de saúde, segurança e educação. O que precisa mudar é o espírito de inércia do povo (ao qual não vou explicar, por hora, a razão desta inércia), o estado por dentro, excluíndo dos cargos pessoas má intencionadas. Precisamos seperar interesse econômico de estado e os empresários precisam perder a inflência legislativa. Pouco importa o governante, este estará sempre amarrado às leis (Princípio da legalidade administrativa), o mais importante no país é o poder legislativo. Este que determina o que o estado irá ou não fazer.
Atualmente enxergo com clareza uma falta de vontade em libertar o povo de uma escravidão oculta. Quando se é contratado por uma empresa, implícitamente o empresário acredita estar comprando sua vida e não o seu trabalho, digo isto por experiência pessoal. O trabalho, pelo tempo que ele retira do cidadão, serve como arma para o ser apenas se preocupar com problemas alheios ao invés dos próprios. Caso tenha dificuldade em crer, basta, na próxima vez em que estiver no escrtiório, imaginar quando foi a última vez que leu um livro que gostava, ou andou pelo parque vazio em um dia de sol. Este "trabalho" também como diria Oscar Wilde, no mesmo texto, separa o indíviduo dele mesmo pois, quando o trabalho termina, o trabalhador já não possui forças para trabalhar nele mesmo, este quer apenas dormir ou esquecer os "problemas" herdados do trabalho. Daí à eterna fixação com futebol e com novelas e outras "culturas" controladoras. Tudo isto, ajuda manter o estado em seu mais perfeito "status quo". Povo enfraquecido, com ideias enfraquecidas, escolherão líderes eleitos pelo marketing devido ao cansaço de ter que procurar projetos de governos interessantes e evolutivos para a sociedade.
Espero não ter esquecido de detalhes. Vamos manter a circulação de ideias viva. Gostaria de saber a visão sobre as minhas palavras com grande influência do Oscar Wilde. Por se tratar de ideias pessoais não vou me desculpar por ofender alguém. No meu ver, não se pede desculpas por convicções próprias, é como pedir desculpas por pensar diferente.
*Gostaria de informá-los que tomo todas as medidas necessárias para defender minhas conclusões, textos e dissertaões. Por favor, se quiser copiar, pergunte ao autor primeiro, ou seja, para mim. Apenas escolhi me juntar à vocês por acreditar que neste fórum estão pessoas com pensamentos próprios e originais.
Qualquer dúvida, apenas responda o tópico. Vamos manter esta discussão viva.
Obrigado.