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    Sonhar é possível.

    Nightmare Elf
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    Mensagens : 5728
    Data de inscrição : 22/08/2009

    Sonhar é possível. Empty Sonhar é possível.

    Mensagem por Nightmare Elf 2009-10-02, 3:54 pm

    Civilizado é o país que tem um governo decente.



    Por decente entendo o que trata todos, mas principalmente os desvalidos,
    como filhos queridos. Com o dinheiro arrecadado por meio de impostos.
    os proveria de teto, terra, transporte, educação e saúde preventiva.
    Trataria melhor ainda os deficientes, criando situações nas quais eles
    pudessem ser úteis à coletividade.



    Nesse governo utópico, as crianças aprenderiam desde cedo o sentido de honra,
    caráter, e o sentimento de amor à pátria, que não teria nada a ver com
    o radicalismo de Chauvin. Aprenderiam a manter uma relação amistosa com
    seu meio ambiente particular. Numa região de rios, aprenderiam a nadar;
    noutra, houvesse répteis, a lidar com eles. Aprenderiam o corpo humano
    e os primeiros socorros. Já no curso elementar, fariam testes
    vocacionais para se iniciarem no ofício para o qual parecessem mais
    aptos. Bem cedo, também, aprenderiam o valor da capacidade de julgar
    para não serem induzidos a comprar porcarias que não servem para nada.
    Lembram-se do bambolê? Aprenderiam que devem usar o dinheiro, e não
    serem usados por ele; que devem usar os objetos de consumo, e não
    adorá-los.



    O sucesso de um homem não seria pautado por sua casa, seu automóvel, sua
    profissão ou lugar na sociedade, mas sim pelo caráter, retidão e
    espírito público.



    Nesse governo, caso os pais não pudessem mais sustentar os filhos acima de 18
    anos e esses quisessem entrar para a universidade, após alguns testes
    receberiam o dinheiro necessário para passarem por ela. Uma vez
    formados, devolveriam, por meio de impostos, o que haviam recebido do
    governo.



    Não haveria televisão privada e a programação da TV estadual, municipal ou
    federal daria ênfase ao bom entretenimento e à discussão política. O
    povo decidiria a programação, e não o partido que eventualmente
    estivesse no poder. Nenhuma profissão seria considerada menor – guarda,
    mensageiro, chofer de ônibus, de trem e de táxi, trocadores, lixeiros,
    babás, operários – pois todos passariam por elas antes de ingressarem
    na universidade.



    Para julgar o povo é preciso sentir na carne como ele vive. Se os que ganham
    mais decidirem comprar produtos estrangeiros mais caros, isso não lhes
    seria proibido, mas, para os demais, haveria o equivalente nacional de
    igual qualidade.



    Nessa minha sociedade, as pessoas com mais de 60 anos se aposentariam quando
    quisessem e haveria um imenso programa de trabalho para elas de acordo
    com sua capacidade. Os políticos seriam indicados aos partidos pelos
    moradores de cada região. Receberiam um bom salário, mas não poderiam
    ter outro emprego. Quem corrompesse ou se deixasse corromper iria para
    a cadeia e esta não seria uma vingança, representaria uma chance de o
    indivíduo se redimir. Cada presídio teria uma boa biblioteca e cursos
    técnicos. Todas as fábricas teriam creches e as maiores, praças de
    esportes para as crianças. As praças seriam clubes para os que não têm
    clubes.



    Os bancos não poderiam cobrar mais que 12% de juros anuais. O cidadão que
    demonstrasse ter condições de pagar seu empréstimo não seria rejeitado.
    Os bancos teriam especialistas para ver se o dinheiro seria bem
    aplicado, para aconselhar quem quisesse plantar tomates num terreno
    propício a cenouras. Os bancos, enfim, usariam seu dinheiro para
    emprestar a quem precisa, e não para salvar da falência comerciantes
    corruptos.



    As crianças aprenderiam que tudo que atenta contra a integridade da
    comunidade é crime. Pichar muros, roubar estátuas públicas etc. Quem
    danificasse a propriedade pública teria de trabalhar para recuperá-la.



    Cada município colocaria na rua um número X de bicicletas facilmente
    reconhecíveis, pois fabricadas especialmente para isso. Essas
    bicicletas seriam do povo. Quem encontrasse uma desocupada subiria nela
    e se dirigiria ao seu destino. E a estacionaria no local indicado pelas
    autoridades do trânsito. Se, ao voltar, a encontrasse, continuaria com
    ela, caso contrário, tomaria qualquer meio de transporte público. Em
    cada parada de ônibus, trem ou barca, encontraria os horários e o
    descumprimento dos horários seria considerado transgressão legal.



    As pequenas transgressões seriam julgadas por um juiz no mesmo dia. Se o
    réu não fosse absolvido, o juiz lhe daria um mês para que organizasse
    sua vida e depois se apresentasse para cumprir a pena.



    Nenhuma cidade poderia ter mais de um milhão de habitantes. Famílias dedicadas
    ao cultivo da terra receberiam lotes do Estado e pagariam com parte da
    produção. Os pequenos proprietários formariam cooperativas e venderiam
    o produto do seu trabalho à prefeitura, que a revenderia ao mercado.



    As drogas seriam legalizadas e revendidas em farmácias. Cada dependente receberia
    uma carteirinha que teria de apresentar. O tráfico seria banido. Na
    embalagem do produto, como já ocorre com os cigarros, uma bula
    explicaria os efeitos de cada droga.



    A prostituição seria controlada e, uma vez estabelecido um quantum entre
    prostitutas e governo, elas pagariam imposto de renda e só poderiam
    exercer a profissão se tivessem outro trabalho paralelo.



    Ao contrário do país e do estado, o município não é uma abstração. O
    governo central teria apenas função harmonizadora entre as diversas
    cidades. Um distrito só seria promovido a cidade se os cidadãos assim o
    quisessem e provassem que poderiam viver independentemente de qualquer
    ajuda. Os prefeitos não poderiam agir como se a cidade fosse uma
    propriedade sua que precisa ficar cada vez mais rica. Os prefeitos e os
    vereadores teriam de zelar apenas pelo bem da coletividade.



    As transnacionais (sempre que delas houvesse necessidade) poderiam se
    instalar no país desde que cumprissem as leis locais. Quanto às
    estatais, poderiam ser parcialmente privadas, mas a maioria de ações
    seria sempre do Estado e a este caberia tutorar tudo.



    Haveria um único laboratório farmacêutico estatal e apenas um produto, o mais
    eficiente, para cada doença. A medicina seria socializada e preventiva,
    mas nada impediria um médico de ter sua clínica particular.



    O desemprego seria proibido, pois, se por qualquer razão um trabalhador
    fosse demitido, estaria sob a proteção do seu sindicato, que lhe
    pagaria metade do salário enquanto não encontrasse outra colocação para
    ele.



    Ao contrário do que ocorre aqui, onde só grandes artistas recebem
    patrocínio particular, desde que não tenham mais de três atores no
    elenco, a empresa privada não teria de subvencionar nada. Teria, isso
    sim, de pagar seus impostos honestamente e em dia.



    Uma comissão diria que tipo de arte poderia entrar no país. A arte imposta
    pelos meios de comunicação não teria ingresso. Haveria uma comissão
    para a entrada de filmes em cinemas e TV. Se fossem consideradas obras
    enriquecedoras do espírito humano, seriam exibidas. Se fossem porcarias
    que ensinam como matar, explodir, traficar, pagariam taxas bem maiores
    ou ficariam na fronteira. É claro que os americanos, quando fazem uma
    porcaria como Kill Bill, ao custo de quase US$ 1 bilhão, querem lucrar
    até mesmo com as crianças de Ruanda e de Bangladesh. Para que isso seja
    possível, é preciso que o mercado internacional se feche para os demais
    países. É por isso que os projetos de filmes desse meu país utópico
    passariam por uma comissão julgadora composta pelos diversos setores da
    sociedade. Caso fossem subvencionados, os produtores receberiam
    dinheiro para a produção e entregariam o equivalente em ingressos ao
    governo. Este, por sua vez, os distribuiria por 10% do preço nas
    fábricas, escolas e assim por diante. O mesmo aconteceria com as peças
    teatrais, espetáculos de ópera, balé etc.



    Todo candidato a um posto eletivo deveria apresentar sua declaração de bens.
    Se ficasse provado que não precisava do salário não poderia se
    candidatar. Se, ao cumprir seu mandato, ao apresentar sua declaração de
    bens, o deputado, senador, vereador, tiver economizado mais do que
    seria humanamente possível economizar com seu salário, iria para a
    cadeia.



    É claro que isto é uma utopia, mas outras já foram alcançadas. Caso contrário,
    ainda estaríamos em cima das árvores. A maioria das propostas não pode
    ser posta em prática imediatamente, pois precisamos reeducar o povo,
    devolver-lhe suas tradições e regenerar os políticos, os banqueiros, a
    polícia, a Justiça e a classe dominante em geral.






    Publicado na coluna diária de Fausto Wolff no Jornal do Brasil, nos dias 2 e 3 de setembro de 2008.


     

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    Mensagem por Convidado 2009-10-02, 5:13 pm

    Lol, morra seu comunista.
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    Sonhar é possível. Empty Re: Sonhar é possível.

    Mensagem por Convidado 2009-10-02, 5:26 pm

    isso nao é utopia. isso é impossivel.

    casos como o juiz disponivel a julgamento no mesmo dia, sao inconcebiveis para uma cidade de grande porte.


    A maior utopia alcançada é a comunidade anarquica de compenhague(nao sei escrever)na Suécia/dinamarca (uma das duas)

    haam.. elf, estou sentido sua insatisfaçao e questionamento com a vida harmonica.
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    Mensagem por Nightmare Elf 2009-10-02, 7:26 pm

    Por isso que ele limita o tamanho das cidades (nem são cidades) a 1 milhão no máximo.Podia ser menos.Poderíamos todos viver em vilas hobbits.


     

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    Mensagem por Convidado 2009-10-02, 11:25 pm

    Cara, os sonhos não passam de representações do nosso inconsciente.
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    Mensagem por Convidado 2009-10-04, 3:39 am

    cara, nem vou ler esses seus textos gigantes.

    /alerta?
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    Mensagem por Convidado 2009-10-04, 6:15 pm

    Nem li.

    Mas imagino do que se trate.

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